Imagem: André Lima interpretou o Libânio da Costa Pinheiro o "O Dragão Potiguar"

Em 6 de janeiro de 1883 foi criada em Mossoró a Sociedade Libertadora Mossoroense, iniciativa que reuniu setores da sociedade civil, incluindo membros da Loja Maçônica 24 de Junho, com o objetivo de promover a libertação dos escravizados no município. A organização atuou formalmente naquele ano para libertar os que ainda permaneciam em condição de escravatura, culminando na data simbólica de 30 de setembro. 

AREIA BRANCA E O PONTO ESTRATÉGICO NA ROTA DA LIBERDADE PARA OS ESCRAVOS

A ligação entre Mossoró e Areia Branca acontece por razões geográficas e logísticas. Na década de 1880, embarcações que trafegavam pelo litoral podiam trazer pessoas em condições análogas à mercadoria; alguns desses pontos de desembarque, subsequentes à ocupação e ao uso portuário da região, funcionaram como locais de transbordo ou refúgio temporário. Registros locais e estudos recentes destacam que a faixa costeira próxima ao atual Porto-Ilha de Areia Branca foi parte dessa rota de circulação e de apoio às fugas e ao transporte até províncias vizinhas. A estratégia era, muitas vezes, tirar proveito da menor vigilância que havia em certos pontos litorâneos e contar com apoiadores locais (pescadores, marinheiros, pequenos comerciantes e grupos organizados) que conheciam os itinerários marítimos e as rotas para o Ceará, onde a escravidão já havia sido desligada formalmente em vários municípios. 

LIBÂNIO DA COSTA PINHEIRO ERA CONHECIDO COMO DRAGÃO POTIGUAR 

Natural de Mossoró e à frente da Sociedade Libertadora, o “Dragão Potiguar” articulou em 1883 a fuga de escravizados pela costa areia-branquense rumo ao Ceará, primeiro a decretar a liberdade na região. 

com líderes como Libânio da Costa Pinheiro e o apoio de redes que atuavam no litoral, incluindo pontos de desembarque próximos ao atual Porto-Ilha, em Areia Branca, foi decisiva para a fuga, acolhida e condução de escravizados rumo ao Ceará, província que já havia abolido a escravidão meses antes.