Agentes estiveram hoje cedo na casa de Bolsonaro em Brasília. A prisão foi solicitada pela PF, sendo atendida e ordenada pelo ministro Alexandre de Moraes do STF.

Motivo da prisão, segundo investigadores, foi chamamento para vigílias feito pelo filho do ex-presidente Flávio Bolsonaro (PL-RJ). A PF entende que a ação causaria aglomerações em frente à casa do ex-presidente, o que geraria risco para ele e para terceiros. Citando textos bíblicos, ele pediu uma mobilização permanente pela liberdade pai. A decisão do ministro cita "garantia da ordem pública com risco de aglomeração e para o próprio preso".

Moraes considerou que vigília repetiria estratégia da trama golpista. Decisão relembra vigílias em quartéis e ressalta o risco que uma aglomeração poderia causar, dificultando uma eventual ordem de prisão e até mesmo possibilitando uma possível fuga do ex-presidente.

Embora a convocação de manifestantes esteja disfarçada de "vigília" para a saúde do réu Jair Messias Bolsonaro a conduta indica a repetição do modus operandi da organização criminosa liderada pelo referido réu, no sentido da utilização de manifestações populares criminosas, com o objetivo de conseguir vantagens pessoaisTrecho da decisão de Alexandre de Moraes

Ex-presidente tentou romper a tornozeleira na madrugada de hoje, afirmou Alexandre de Moraes. Na decisão que valida a prisão preventiva, o ministro do STF informou que a tentativa de violação aconteceu às 0h08. Uma das hipóteses levantadas no documento é de que o ex-presidente tentaria fugir durante a confusão causada pela manifestação convocada por Flávio.

Moraes determinou que a prisão não expusesse Bolsonaro. O ministro também mandou que a PF não utilizasse algemas no ex-presidente.

A Superintendência da PF no Distrito Federal fica no setor policial, uma área localizada no final da Asa Sul de Brasília.Os prédios todos são bem cercados e não há espaço para aglomeração.

Defesa do ex-presidente tem até a segunda-feira para questionar a condenação no STF. O prazo para entrega dos segundos embargos acaba às 23h59 do dia 24. 

Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses pelo STF. Os embargos, porém, ainda não se esgotaram. Ele estava em prisão domiciliar.